quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Òya-Iansã


  • Dia: Quarta-feira
  • Data: 4 de Dezembro
  • Metal: Cobre
  • Cores: Marrom, vermelho e rosa
  • Comidas: Acarajé e abará
  • Símbolos: Espada e eruesin
  • Elementos: Ar em movimento, fogo
  • Região da África: Irá
  • Pedras: Rubi, terracota
  • Folhas: Pára-raio, louro, flor-de-coral, brinco-de-princesa
  • Odu que rege: Osá, Owarín
  • Domínios: Tempestades, ventanias, raios, morte
  • Saudação: Epahei!


    Origem e História

    O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

    Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada ao elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

    A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.

    Ilumina o céu na tarde escura,
    Ressoa seu assovio terrível:
    Vento de morte na tarde de chuva,
    Vento que destelha a casa do traidor,
    Que deixa a nuvem inundar a cidade,
    Que destrói,
    Que mata.
    Ilumina o céu na tarde escura,
    Brisa benfazeja que afasta as nuvens negras:
    Vento da vida na tarde de sol,
    Vento que afasta a escuridão,
    Que devolve a luz do dia,
    Que encanta,
    Que brilha.

    Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra seu amor e sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza sua raiva, seu ódio. Dessa forma, passou a se identificar muito mais com todas as atividades relacionadas ao homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

    O fato de estar relacionada a funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e seu número de paixões mostra a forte atração que sente pelo sexo oposto. Oiá (Oya) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças a seus amores, conquistou grandes poderes e se tornou orixá.

    Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, por tanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas a suas convicções e seus sentimentos.

    Algumas passagens da história de Iansã a relacionam à antigos cultos agrários africanos ligado à fecundidade, e é por isso que a menção ao chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, sempre surge em suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.

    Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.


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